1º Passeio Exploratório em Felipe Camarão

Após o café da manhã, a equipe do SACI saiu pelas proximidades da UBS. Estamos em busca da realidade do bairro. Precisamos conhecer os moradores e o que eles tem a dizer sobre o que sentem em morar ali, seus pontos bons e as principais necessidades do bairro. 

Nesta manhã, conhecemos 3 locais: o Centro Comunitário (CC), o Centro Social Comunitário (CSC) e a Escola Estadual Profª Mª Luiza (EEPML). 

Atualmente, a direção do Centro Comunitário enfrenta um problema grave. O imóvel está ameaçado de ir a leilão devido um débito de pagamentos de IPTU's. O que é uma pena, pois o centro comunitário tem um papel relevante, exercendo a representatividade dos moradores do bairro junto aos órgãos públicos, buscando resolver os problemas vivenciado por eles.
Além do mais, existem problemas financeiros porque o centro não recebe nenhum tipo de incentivo da prefeitura, o diretor e os demais funcionários são voluntários e ajudam com recursos pessoais pra manter a unidade funcionando.

Percebi que existe falta de informação de forma acessível à população para que eles se sintam integrados e reconheçam a importância do Centro.


SACI em frente ao Centro Comunitário de Felipe Camarão

Seguimos em caminhada para o Centro Social Comunitário, na unidade, quem nos recebeu foi o senhor Marcos. No momento em que chegamos lá estava acontecendo uma aula de capoterapia com o grupo "Mulheres em Ação", uma das atividades desenvolvidas naquele espaço, dentre outras atividades que são desenvolvidas por lá. 

Centro Comunitário Social


Achei este um dos momentos mais interessantes do dia. Tive oportunidade de conversar com aquelas mulheres e elas falaram bastante sobre suas experiencias de vida, aspirações e com se sentem em morar no bairro e o que gostariam que melhorasse lá.




Infelizmente, um depoimento de uma daquelas mulheres revela que muitas sofrem violência doméstica. Falta amparo de familiares, da delegacia, da justiça... Aquelas mulheres esperam que alguém "olhe por elas". Um apelo nos olhares de cada uma por um espaço para desempenhar suas atividades, pela integridade de sua saúde e uma vida digna, longe da insegurança que as cerca.

Mulheres realizando Capoteparia

No entanto, apesar de todos os problemas enfrentados, essas mulheres tem um sorriso no rosto e uma força de vontade por mudar a realidade vividas por elas. São mulheres cheias de vida! Saímos de lá com grande exemplo de superação e força.

Grupo "Mulheres em Ação"


Nosso ponto final do dia foi na Escola Estadual Profª Mª Luiza (EEPML), que funciona no bairro desde 1998, atende crianças de 6 à 12 anos de idade. Atualmente estão estudando lá 450 crianças no período diurno, das quais apenas 200 participam do "Mais Educação", na educação integral. E, a noite, funciona no prédio o EJA. 

E. E. Profª Maria Luiza Alves Costa



Quem nos recebeu lá foi a vice-diretora, Wedna. Ela nos apresentou a unidade e falou dos principais problemas enfrentados pela escola e principalmente pelas crianças que estavam lá. Nos relatou que muitos deles são vítimas de violência infantil, abuso sexual, abandono da família, entre outras situações. Uma realidade bastante triste e que acontece muitas vezes tão próximo de nós e nem nos tocamos. Crianças com problemas de cáries, viroses, tuberculose, piolhos, entre outros problemas de saúde. Chega a cortar o coração... 


Confesso que ao longo desse passeio, peguei-me a refletir sobre como os meus problemas são tão pequenos ou quase nada diante dos que se apresentaram a mim, naquela breve manhã. Sem dúvida! Minhas expectativas foram mais que superadas. E eu, assim como meus amigos estamos muito empolgados pra pensar sobre como poderemos idealizar uma boa intervenção e poder deixar plantada naquele bairro uma mensagem de esperança de que dias melhores sempre virão. 



Me despeço,  até nosso próximo encontro.

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